Eram caravanas infindáveis, faixas mil, palavras de ordem, mas, sobretudo, ordem. Sim, nada se quebrou, nenhuma lixeira, nenhuma vidraça. Não houve brigas, não houve ocorrências policiais.
A Praça da Sé era o lugar mais armado do estado e, por isso mesmo, o mais seguro.
Nossos veteranos fizeram bonito. Entoaram o Hino Nacional Brasileiro, a Canção da PM. Marcharam sob os acordes de Paris Belfort, Batista de Melo, Canção do Expedicionário.
Os cabelos poucos ou brancos, as rugas, as cicatrizes, o corpo já flácido, tudo eram marcas do tempo que passara…
Veteranos…
Mas como marchavam! Como desfilavam garbosos! De cada peito, uma emoção a extravasar, uma alegria incontida.
Eram muitos. Centenas, não, milhares; muitos milhares. A corneta soou, e eles atenderam ao chamado.
Nosso governador, nosso secretário, ambos talvez duvidassem desses vetustos senhores. Não acreditavam que viessem, ombro a ombro com nossas corajosas pensionistas, e todos os demais amigos das outras instituições ligadas à segurança, os amigos civis, familiares.
Se pagaram para ver, viram.
Tínhamos todas as razões para acreditar que a paridade salarial entre ativos, veteranos e pensionistas seria quebrada, as pistas eram muito significativas.
Pela manhã, numa reunião de última hora, o vice-governador convidou alguns parlamentares para anunciar-lhes que o reajuste não seria diferenciado. Muitos deles se apressaram em divulgar a boa nova, como uma vitória.
Pois que fique muito bem claro: se a paridade for mantida, não será por acordo ou caridade. Se o for, será exclusivamente por se constatar o tamanho de nossa força e por se perceber quem somos.
De uma forma ou de outra, que se aplique a lei, que não prevê benesse, mas justiça àqueles merecidamente chamados de veteranos, àqueles que entregaram seus entes queridos, ou ainda àqueles cuja sorte não foi tanta, restando-lhes uma vida de limitações físicas.
Que nossa luta produza os frutos merecidos, nobres irmãos.
Com o eterno espírito de 32, imortal:
“À vitória! À vitória! À vitória!”
28-09-2019
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