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Estava hoje lendo uma reportagem onde a Polícia Civil, em um trabalho primoroso de inteligência, conseguiu atingir simultaneamente vários alvos. Foi um baque tremendo no patrimônio de criminosos e pessoas que lavavam dinheiro para o crime organizado.
O que já temíamos, lamentavelmente, aconteceu!
Conhecendo o viés do PSDB e o caráter do atual governador, só poderíamos esperar o pior.
Durante a campanha acirrada pelo governo de São Paulo e, posteriormente, já refestelado na cadeira de chefe do Executivo, Doria não nos poupou de sua megalomania.
Antes do pleito, fez questão de prometer benesses muito além do trivial: as melhores condições de trabalho, os melhores salários. Soou inverossímil, mas, ainda assim, foi eleito.
No cargo, cobrado, assumiu tom austero e afirmou que não se tratava de promessas, mas de compromisso de campanha, que passava então a compromisso de governo.
E toda a ladainha já conhecemos: as melhores viaturas (potentes, seguras, blindadas), as melhores armas do mundo, fuzis de última geração em todas as radiopatrulhas, equipamentos de ponta, pagamento por substituição de funções para sargentos e cabos, conversão opcional de três meses de licença-prêmio em pecúnia, redução da diferença entre segundo-tenente e primeiro-tenente, contratação de PMs com deficiência, reforma em quartéis e distritos policiais, reajuste real de salários ao longo dos quatro anos (começando no início de 2019). As polícias paulistas em segundo lugar no Brasil entre as mais bem pagas.
Aguardamos a data-base de reajuste dos servidores civis e militares de SP, 01 de março (Lei Nº 12.391/2006). Nada!
Apresentamos uma proposta de reajuste subsidiada por apontamentos técnicos realizados pelo órgão de finanças da Polícia Militar, considerando a inflação e os reajustes durante os dois mandatos de Geraldo Alckmin.
Descontando os 12% de reajuste no período, os déficits auferidos foram 19,16% pela FIPE e 22,36 pelo DIEESE. Então sugerimos o reajuste de 24,16%, tomando por base o menor índice observado e mais 5% de aumento real.
A proposta foi ignorada.
Escrevemos carta aberta, reunimos associações, realizamos ato público com mais de dez mil participantes no centro de São Paulo contra a quebra de paridade.
Em resposta, o governador chamou os veteranos de vagabundos e sem-vergonhas.
Por fim, chegou o grande dia. O circo se armou para o tão esperado anúncio sobre o projeto de recomposição salarial aos agentes de segurança pública.
Em vez de um projeto com o planejamento para a recomposição em busca do cumprimento de seu compromisso (polícias paulistas em segundo lugar no Brasil ao final do mandato), Doria apresentou um pacote desprezível, com cinco medidas que podemos considerar um deboche:
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5% de reajuste a contar de 01/01/2020;
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Assistência jurídica;
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Bônus por produtividade a cada dois meses (incluindo unidades administrativas e do Corpo de Bombeiros);
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Adicional de Insalubridade, sem a necessidade de recorrer à Justiça;
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Equiparação do auxílio-alimentação entre todas as categorias, até R$ 796,00, de acordo com as jornadas de trabalho, com reajustes anuais conforme a Ufesp (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo).
Em resumo, um reajuste pífio, ultrajante, e medidas que pouco mudam e que se estendem exclusivamente aos agentes da ativa, o que corresponde a quebra de paridade, algo que ele afirmou que não faria.
Após essa pândega toda, era evidente que as polícias não restariam satisfeitas.
No Palácio dos Bandeirantes, ao final da coletiva de imprensa para o anúncio, o imperador Doria se levantou e rapidamente se escafedeu do recinto. O sistema de som, no máximo volume, reproduziu o “Tema da Vitória”… Vitória de quem?
E assim, amigos, movidos pelo sentimento de indignação perante essa afronta, os agentes de segurança do Estado realizarão um grande ato na próxima segunda-feira, dia 04 de novembro, às 14 horas, na seguinte conformidade:
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Policiais militares veteranos e pensionistas, em frente ao Quartel do Comando-Geral, na Praça Coronel Fernando Prestes;
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Agentes da SAP ativos e veteranos, em frente à Secretaria de Administração Penitenciária, na Avenida General Ataliba Leonel, 556;
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Policiais civis e técnico-científicos ativos e veteranos, em frente à Delegacia-Geral de Polícia, na Rua Brigadeiro Tobias, 527.
Os militares e as pensionistas, bem como os agentes da SAP, partirão de seus pontos de concentração em direção à Delegacia-Geral de Polícia. De lá, juntamente com os policiais civis e técnico-científicos, partirão para a Secretaria de Segurança Pública, na Rua Libero Badaró, 39, onde farão muito barulho.
A menos que você, integrante dessas categorias, esteja satisfeito com esse tratamento aviltante, é chegada a hora de protestarmos.
Não se omita!
São Paulo, 02 de novembro de 2019.
Major Mecca – Deputado Estadual
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