Na última sexta-feira (14), um policial do NYPD (Departamento de Polícia de Nona York) se suicidou perto de seu posto de trabalho. É o terceiro caso em apenas dez dias. Neste ano, foram quatro ocorrências ao todo, número correspondente ao total do ano passado.
De imediato, o Comissário de Polícia James O’Neill afirmou em rede social: “Não podemos permitir que isso continue. Policiais passam o tempo todo ajudando os outros, mas, antes de ajudar as pessoas a quem servimos, devemos ajudar a nós mesmos.”
Bem, hoje (16) tivemos em São Paulo o quarto suicídio confirmado de policiais militares em apenas duas semanas (fora uma tentativa). Em maio, foram dois suicídios e uma tentativa.
Qual a diferença entre a cidade de Nova York e o estado de SP?
Vejamos…
Os nova-iorquinos se preocupam com seus agentes da lei; os paulistas…
Os jornais americanos estampam a notícia em destaque; os jornais brasileiros estão mais preocupados com a letalidade policial.
O chefe de polícia nova-iorquino assume o problema e concita os pares a discutirem a questão da saúde mental. Aqui, escondemos as estatísticas por medo de admitirmos uma fragilidade.
O prefeito de Nova York se posiciona publicamente. Aqui, o governador silencia sobre o assunto, mas escorraça policiais ao vivo em suas redes sociais.
Mas a maior diferença observada nos dois cenários talvez seja mesmo o valor dado à vida de um policial. Aquele que salva tantas vidas, muitas vezes, precisa ser salvo, e nem sempre o é. Para os nova-iorquinos (e americanos em geral), isso importa; para os paulistas (e brasileiros em geral), bem…
Diante do silêncio gritante de nossas autoridades policiais e governamentais, resta-me perguntar aos homens e mulheres de boa vontade deste estado: vamos fazer algo ou simplesmente assistir a esse trágico fenômeno, em silêncio, em absoluta letargia?
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