Fé, Esperança e Caridade
Aproximamos-nos do aniversário de Jesus Cristo. Mas este Natal talvez seja muito diferente daqueles que vivenciamos nos anos anteriores.
O mundo está sentindo os efeitos de um vírus que não respeita fronteiras, religiões ou ideologias. Este vírus, também, expôs o que há de melhor e o que há de pior nos seres humanos. Serviu para que muitos unissem forças para derrotá-lo e para que muitos, também, praticassem ou aumentassem a fé.
O vírus serviu para que muitos explorassem seus efeitos por interesses pessoais, por sórdida vontade de lucrar desviando dinheiro de quem possui a esperança de receber ajuda. Outros usaram esse mal que nos assola somente por interesse político. Muitas dessas “pessoas”, ao que parece, não levaram em conta a quantidade imensurável de vidas que foram alteradas para sempre.
Pessoas perderam a vida, inúmeras outras perderam o emprego ou ficaram confinadas em uma experiência que jamais tiveram na vida e esperamos que nunca mais voltem a ter.
Em momentos como os de agora, percebe-se claramente que muitos têm praticado a caridade. Chama muito a atenção nas redes sociais, somente para citar um exemplo entre vários, a quantidade de “vaquinhas” e campanhas que estão sendo feitas para dar apoio a policiais que se feriram. Muitas. O que nunca é desejável.
Fiz projetos de lei para amparar tanto o policial como a família deste, quando se fere ou tomba em serviço (como o PL 485/2020, entre outras proposituras). Da mesma forma aos veteranos das forças policiais que estão sendo esquecidos, dia após dia, pela própria Instituição. Somente o fato de cada vez mais se pagar “bônus” ao invés de “salário”, demonstra que a própria Polícia esquece-se daquele que viveu e deu o suor e sangue por ela. Idem às viúvas e órfãos. Infelizmente alguns novos policiais também acabarão “achando normal”, desde que recebam “bônus”. Perceberão tarde demais a divisão que foi feita. Sobre esse assunto, também redigi projetos (PLC 70/2019 e PLC 19/2020).
Um pensamento, singelo talvez, quando mencionei a palavra “esperança”. Ela pode possuir vários significados, entre eles a expectativa de que algo venha a se concretizar. Mas prefiro outro. Aquele que é vinculado ao de se levar um projeto adiante. Desta forma, a expectativa dá lugar ao trabalho, ao ato.
Neste Natal, além das dificuldades e das perdas ocasionadas tanto pelo vírus como pelos atos de algumas pessoas, peço que elevemos nosso pensamento, com fé, ao nosso Deus (independente de como cada um, conforme a sua convicção, a Ele se refere ou chama). Que Ele continue a fazer-nos, todos nós, mais fortes, sábios e tolerantes. Que Ele possa abençoar as famílias cujos lares estão mais vazios, pela partida de um ou vários entes queridos nesse período de provação.
Que neste Natal, tenhamos esperança de um período melhor que, com certeza, acabará por vir. Não somente a expectativa, mas que todos nós tenhamos projetos e ações que acabem por se concretizar. A esperança e a materialização do que é desejado para todos, sem distinção, sem esquecer ninguém para trás. Principalmente os fragilizados, os que já se doaram e aqueles que se encontram sozinhos, por serem esquecidos.
Que a caridade seja aquilo que nos norteará, deixando não somente o coração, mas nossa alma imersa com o que há de mais puro em relação ao semelhante.
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