A COLCHA DE RETALHOS
Todos nós já vimos uma colcha de retalhos.
Restos de tecido são somados. A maioria desses pedaços é pequena e, alguns poucos, de maior tamanho. A somatória desses fragmentos constitui-se na colcha. Mas se retirarmos um só pedaço, um único retalho, a colcha fica com um buraco que, conforme o tamanho, a faz perder a serventia de aquecer, mesmo que minimamente.
Algumas colchas, por terem poucos retalhos, também acabam sendo pequenas demais a quem se destinam e deveriam abrigar.
Usei desse exemplo para expor a forma que é constituído o salário de um policial paulista. Uma colcha de retalhos que são valores somados (a maioria pequenos e, outros que apesar do tamanho irreal para a função, são um pouco mais expressivos). Alguns desses valores são alusivos ao tempo de serviço, outros têm como base a “freqüência” no trabalho, alimentação etc.
O que é fato irrefutável: o salário de um policial, em sua somatória é baixíssimo, inclusive quando comparado com a média nacional para a função exercida. E de forma proposital é mantido assim. Não somente mantido, mas, constantemente diminuído por ações feitas pelo Poder Executivo Paulista no decorrer de décadas.
Já falei exaustivamente tão como já produzi projetos para apreciação da Casa Legislativa Paulista para corrigir aberrações como o pagamento de Bonificação por Resultado (feito de forma proposital para não atingir a todos e, menos ainda veteranos, viúvas e órfãos de policiais), a venda de folgas por intermédio de atividades como DEJEM e DELEGADA, elaborados com apoio de alguns dos “nossos” que se vendem aos desmandos do partido que cada vez mais enoja o paulista com um mínimo de conhecimento das conseqüências, a médio e longo prazo, da finalidade de tais “ações” e, agora, a com a recontratação de aposentados.
Para qualquer um com um mínimo de discernimento, tais medidas não somente escravizam o policial como também os tratam como criaturas que não são humanas. Humanos necessitam de repouso, alimentação, usufruir do contato familiar, acompanhar o crescimento dos filhos, entre várias outras necessidades mais do que elementares. São necessidades básicas. Quem não as provê, não enxerga a contraparte como humana.
Se a atividade de segurança pública por si já é arriscada e estressante e, em uma fração de segundos, pode mudar radicalmente a vida de um policial que, em um momento patrulha as ruas e, momentos após pode estar gravemente ferido (isso quando não tomba no cumprimento do dever), imagine então estar contando única e exclusivamente com uma colcha de retalhos para se abrigar.
Esse ferimento sofrido pode demorar anos para ser curado e, não raramente, traz sequelas irreversíveis. Cicatrizes no corpo e alma, tanto do policial como de sua família. Da colcha de retalhos, então, são retirados pedaços… Isso mesmo! Não é dada mais uma coberta, são retirados pedaços da já pequena existente!
Recentemente vários policiais militares feriram-se em uma explosão ambiental que ocorreu no atendimento de uma ocorrência. Justamente por ter trabalhado mais de trinta anos nas ruas do Estado de São Paulo, com vários irmãos policiais, tenho plena noção do alcance das lesões sofridas por aqueles guerreiros. E a luta pela própria vida desses seres humanos, pela sobrevivência, está ocorrendo de forma intensa.
Para um destes heróis, cujos ferimentos foram mais extensos, a luta se tornou mais árdua ainda. O impressionante é que, além de orações, da força de familiares e amigos, está contando, também, com a caridade de outros irmãos de farda, tendo em vista a colcha de retalhos que é seu salário, estar perdendo mais um pedaço. Assim, mais uma vaquinha ocorre.
Agradeço as orientações que estou recebendo para, somando esforços, elaborarmos e protocolarmos um Projeto de Lei para corrigir essa injustiça: a falta de apoio aos nossos irmãos que colocam a vida em risco e, ao invés de receberem apoio do Poder Executivo, acabam por ter retirado, pelo próprio governo, parte dos proventos.
DITADÓRIA E BRUNO DAS COVAS DEVEM SER DERRUBADOS LOGO. IMPEACHMENT JÁ. SALVE A POLÍCIA MILITAR.
Muito boa a análise e reflexão a respeito deste assunto que mal discutimos. Temos o pior governador dos últimos tempos e para não sermos roubados por ele, devemos ter consciência e conhecimento sobre o tema
Major Mecca
A analogia da colcha de retalhos é perfeita !
Mas saibam todos que no funcionalismo estadual, que é essa a estratégia usada pela equipe econômica do estado de São Paulo para o pagamento dos salários de todos os servidores em todas Secretárias de Estado!
Todos são pagos com Um pequeno salário base e complementado com outros pequenos retalhos!
Quando se aposentam, esses retalhos são retirados e o aposentado fica com apenas metade da coberta e depois de ter contribuído durante todo o tempo de trabalho para sua própria aposentadoria, o governador “grande gestor’, inventou que: APOSENTADOS TÊM QUE CONTRIBUIR TAMBÉM COM A APOSENTADORIA DOS OUTROS ! E :
com uma TESOURA ASSASSINA, cota um pedaço da coberta que restou! Ainda:
Para que a população fique contra os aposentados, utiliza a NARRATIVA PERVERSA para influenciar, de que é absurdo o aposentado receber integralmente os seus proventos! Tudo isso acontece, na Assembléia Legislativa com AVAL de uma maioria de deputados, eleitos pela população que os elegeu, não só para organizar o estado nos deveres mas também nos direitos e essa população é TRAÍDA COVARDEMENTE!
Infelizmente todos temos a lamentar !
A cultura de UMA PARTE DOS POLÍTICOS BRASILEIROS, só querem um LUGARZINHO, nos PODERES PARA : “SE DAREM BEM NA PRÓPRIA VIDA”