Por detrás da Carta do Bolsonaro
Antes de mais nada, é necessário analisar um contexto. Um contexto prévio e que chamou a atenção de muitos: por qual motivo, toda e qualquer manifestação voluntária, democrática, que fazia vir às ruas famílias inteiras, é chamada por alguns, principalmente a grande mídia (que visivelmente se mantêm parcial e, por vezes, ativista), de “antidemocrática”, termo usado como um mantra e que não correspondia à verdade? Por qual motivo essa movimentação espontânea era rechaçada por parte da mídia, de atores políticos e por qual motivo cada vez mais, “além de esticarem a corda” contra o presidente, em tom claramente provocativo, mais ainda se massificava que tudo era “antidemocrático”? Por qual motivo o 7 de setembro tanto incomodou? Afinal a CNN Brasil publicou que “Ex-presidentes e parlamentares de 26 países alertam para risco de ‘insurreição’ no Brasil” tão como o Correio Braziliense também publicou que “7 de Setembro: políticos de 26 países alertam para ‘insurreição’ no Brasil”. Será que era exatamente o que muitos queriam? Exatamente a retórica dos tais “atos antidemocráticos” que a oposição tanto massificava (ou melhor, desinformava)?
Tempos atrás um livro nos chamou a atenção. A obra chama-se “Guerras Híbridas – Das Revoluções Coloridas aos Golpes”. Seu autor é o jornalista russo Andrew Korybko, que também é analista político. Ele é baseado na sua dissertação de mestrado (cujo título é Guerras híbridas: abordagem adaptativa indireta com vistas à troca de regime), pela Universidade de Relações Internacionais da Rússia (Moscou, 2015).
Pois bem, comecemos pela definição de Guerra Híbrida:
“Guerra Híbrida é uma estratégia militar que mescla táticas de guerra política, guerra convencional, guerra irregular e ciberguerra com outros métodos de influência, tais como desinformação, diplomacia, lawfare e intervenção eleitoral externa.”
As Revoluções Coloridas foram manifestações “que envolveram a derrubada de governos considerados antiestadunidenses e sua substituição por governos pró-Ocidentais”. Falamos dos eventos que foram a Revolução das Rosas na Geórgia, a Revolução Laranja na Ucrânia e a Revolução das Tulipas no Quirguistão. Assim, pela forma de governo e alinhamento ideológico destas nações, tais manifestações eram consideradas “de oposição”. Lembremos que o jornalista que escreveu o livro citado é russo, portanto com um viés ideológico compatível com sua origem.
O ato “antidemocrático”, do qual participei ativamente, inclusive levando comigo vários amigos e familiares (a exemplo de muitos, muitos milhares de cidadãos) ocorreu de forma pacífica, foi propositadamente subdimensionado em sua adesão pela mídia (e pela oposição) e causou preocupação a muitos que esperavam o “tal golpe”. Quem sabe, uma “Revolução Colorida” no Brasil, não é? O “golpe” não veio, a população permaneceu não somente respeitadora ao cabedal jurídico vigente (motivada principalmente pelo Presidente) mas ordeira, não se viu qualquer forma de depredação ou violência e, mais ainda, qualquer movimento de repulsa aos que “esticavam a corda” foi imediatamente conclamado para cessar, exatamente por aquele que tinha mais interesse na manutenção da harmonia e do respeito às leis: o Presidente da República. Ele próprio, cuja atitude colocou fim à narrativa de golpe (ou Revolução Colorida) que tantos, de forma orquestrada, a ele atribuíam.
Vamos por partes então. Em primeiro lugar, não há nenhum amador na oposição ao governo. Absolutamente nenhum. Em segundo lugar, todos eles atuam de forma orquestrada. Possuem interesses, querem a manutenção do establishment e se verem livres do que mais os ofusca e mais os expõe (o atual governo).
O Presidente Jair Bolsonaro, há tempos sempre falou das “Quatro Linhas”. Muitos achavam enigmático ficar tanto falando nisso. Mas não é nem um pouco. A oposição estava torcendo para que ele fizesse qualquer coisa, por menor que seja, que por algum momento pudesse se enquadrar na Lei 1079 de 1950, que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento. Tal lei não se aplica somente ao Presidente da República. Também vale, inclusive, para os Ministros do Supremo Tribunal Federal. Seria interessante que o cidadão consultasse essa lei.
O contexto (montado pela oposição) que antecedeu o 7 de Setembro foi um conjunto de ações orquestradas, técnicas (portanto nem um pouco amadoras), com uma retórica para desinformar deliberadamente (sobre desinformar, aconselho ao menos uma breve consulta ao livro Desinformação, de Ion M. Pacepa) e rotular como “antidemocrática” qualquer manifestação popular de repulsa à interferência entre os poderes constituídos. Estratégia. Cujo resultado para a oposição ocorreu de forma totalmente pífia. Esperavam e montaram discursos para um “golpe” que não ocorreu.
Não somente foi afastada qualquer possibilidade do tão aclamado “golpe” (pelo establishment, deixo claro), como a pá de cal foi a “Carta” conciliadora do Presidente da República. Talvez mais que o contido na nota (que pode ser lida em sua íntegra no link https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/notas-oficiais/2021/nota-oficial-presidente-jair-bolsonaro-09-09-2021), as atitudes subseqüentes do Presidente (mais que palavras, atos) foram fundamentais. Para a mesma mídia ativista que falava em golpe, em antidemocrático e toda forma de baboseiras para deliberadamente desinformar, a nota foi um “recuo”. Não, não foi.
Para concluir. Se não há amadores (podem ser qualquer coisa, menos isso), na oposição ao governo, que usam de todos os modos, de forma orquestrada (interpretação de lei, desinformação, narrativas falaciosas, uso de redes sociais e meios de comunicação etc.) para desestabilizar o governo, garanto que do lado daqueles que desejam um Brasil melhor e mais justo, mais harmônico, estável, também não existem amadores.
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