Quando só restarão as vagas
“Obrigado por seus serviços!”
Nos Estados Unidos da América é comum, extremamente comum, vermos como são tratados aqueles que prestaram serviços àquela nação. Desde descontos em estabelecimentos comerciais e museus, cumprimentos calorosos da população aos veteranos às vagas de estacionamento específicas. Eventos cívicos? Os veteranos lá estarão presentes em local de destaque! O respeito dos militares da ativa aos seus antecessores de armas é algo impressionante! Os combatentes de hoje, nos Estados Unidos, celebram com muito orgulho e com muito respeito as PESSOAS, OS CIDADÃOS que anteriormente vergaram um uniforme. As cicatrizes daqueles que antecederam as gerações atuais são respeitadas e cultuadas. Filmes, documentários, livros! A memória é uma virtude, tão como a gratidão e o respeito!
Em muitos quartéis da Polícia Militar vemos a iniciativa de vagas destinadas aos veteranos. Inclusive, hoje, fotografa-se isso. Por vezes, nossos “antigos” são chamados em solenidades e participam de desfiles.
Mas…nem todo mundo que vergou ou, infelizmente, ainda verga uma farda, pensa (e age) de forma adequada e respeita o passado. Nem todos expressam gratidão e seguem os discursos que eram feitos. Mais que isso, pior, não respeitam aqueles que CONSTRUÍRAM o passado. Talvez somente enxerguem isso somente quando eles próprios façam parte do passado. E faço votos que sejam alcançados pela memória de vários outros, testemunhas do que fizeram (por interesses, ação e omissão). Celebremos a existência e os atos dos bons, mas nunca nos esqueçamos dos maus.
Por décadas, a Polícia Militar sempre respeitou que seus veteranos (tão como as viúvas e órfãos de policiais) recebessem o soldo, o parco soldo, de forma idêntica ao que era recebido pelos da ativa. Ah…somente para recordar àqueles que não viveram nessa época que, também, chamávamos os veteranos para as solenidades nas Unidades. Eles eram reverenciados pelo que tinham feito, pela experiência, por suas ocorrências, pela sabedoria transmitida aos demais, pelas vidas que salvaram e pelos combates que enfrentaram. Não havia Instagram, Facebook, videozinhos do Tik Tok e, menos ainda, usar a imagem para “parecer ser” uma coisa que não se é. Usar uniforme, com armas empunhadas, expressão séria no rosto, seguida de uma frase motivacional e colocar em rede social…sem que a própria conduta, histórico de ocorrências atendidas, vidas que foram salvas e cicatrizes ganhas (essas últimas sim, nossas “medalhas”) não era, então, algo que ocorria. Mas mesmo assim, lembrávamos dos veteranos. Que fique claro que nossos “antigos” não eram esquecidos.
Mas…os mais novos também não conheceram um fato na Polícia Militar. E não é culpa alguma dos policiais da ativa que estão nas viaturas. Sejamos justos: a imensa maioria dos policiais de hoje não “vendeu” a Instituição para conseguir vantagens pessoais. Exemplos? Temos vários do passado recente! Muitos até, infelizmente.
Que tal, desprezando o que era conhecido (veteranos, viúvas e policiais da ativa ganhando exatamente o mesmo soldo), um “dos nossos”, para se aproximar de um político conhecido por responder a processos de corrupção, dar a idéia de que os policiais poderiam vender a folga para as prefeituras, em troca de dinheiro (colocando por baixo o discurso que nosso trabalho é cansativo)? Que tal lembrar que “esse nosso” depois tornou-se vereador, deputado e, longe dos cargos eletivos, se encontra hoje trabalhando para o governo? Isso não é culpa da geração atual, que já ingressou na PM sabendo que existe Atividade Delegada e DEJEM. Nós sempre brigamos por salário digno para todos, não para que alguns vendessem suas folgas.
Que tal alguns dos “nossos” atuais ainda amarem tirar fotos com políticos que sabidamente nos odeiam (a força policial), políticos por sinal que enxergam nossos veteranos como onerosos, “vagabundos”, um peso para a previdência e, ainda por cima, celebrar a “vitória” da Operação Delegada em outras cidades? Normal? Não, não é. Os mais novos talvez testemunhem isso com certa naturalidade. Mas os veteranos não. Não se vende a alma para o inimigo. A promoção ou vantagens de um só custa muito, por décadas, a dezenas de milhares.
Que tal os nossos que apóiam a Bonificação por Resultado, sabendo que tal valor não é destinado a nenhum policial militar da reserva que por décadas trabalhou nas ruas?
Que tal pesquisar quantos dos “nossos” estão empregados no governo, nas mais diversas áreas, não pela competência administrativa, mas pela “competência” de mostrar ao governo alternativas para separar cada vez mais nossos veteranos do pessoal da ativa? Pesquisem! Acharão vários! Vários que, por serem servis, por nunca se arriscarem a nada (mas desejam “progredir” na carreira), ensinaram que existem formas de deixar os veteranos de fora. DEJEM NÃO FOI uma idéia do governo: foi uma idéia dos “nossos”!
Bater palma e amar sair em fotos sorrindo com aqueles que há décadas desprezam nossos veteranos? Não. Não é digno. Não é atitude de alguém que usa uma farda. Com certeza essa servidão será individualmente premiada, ao custo do sofrimento de vários. Ao CUSTO DO ESQUECIMENTO da condição de vários.
Uma dica aos “novos”? Antes que ingressassem na carreira, valorizávamos muitos o veteranos e pensávamos no “todo” e não somente no “eu” e “no agora”.
O futuro que se constrói?
Não tem jeito posso ler em outros sites, mas sempre volto
aqui para confirmar se a informação esta correta. Obrigado
pelas informações.