Sobre baixas, viúvas, órfãos e os combatentes de gabinete
Poucos dias atrás, a Jovem Pan deu ênfase a uma informação triste: que “de janeiro de 2020 a abril de 2021, a Polícia Militar de São Paulo aprovou 1.647 licenças por transtorno mental … uma média de 102 licenças por mês. As doenças que mais afastaram policiais da ativa foram depressão, transtorno misto ansioso e depressivo”. Da mesma forma, além desse número que por si só é impressionante, chama a atenção que dados somente são conseguidos por intermédio da Lei de Acesso à Informação, tão como existem muitos policiais que não conseguem seus afastamentos, mesmo quando precisam.
O suicídio de policiais? Como já do conhecimento de quem deveria tomar providências e não as toma (o Poder Executivo), está em nível epidêmico. O governo esconde o custo altíssimo pago por poucos para que a segurança pública, no Estado mais rico da Nação, ocorra. Mas são os policiais que pagam o preço, não o governo. Governo que além de proporcionar o pior salário do país para seus policiais, também os “valoriza” fazendo-os vender todas as folgas para que possam pagar suas contas e prover o sustento do lar. Vida familiar e descanso são coisas que o governo faz questão de não dar a seus policiais. Quando aposentam, são meros “vagabundos”, como disse nosso desgovernador. Vagabundos que carregam no corpo e na alma o preço de servir e o descaso de quem lhes deveria apoiar. Além de diversas doenças causadas por décadas de trabalho duro, também abreviam sua existência, cometendo suicídio, em um número altíssimo. Mas são vítimas silenciosas: são da reserva. São aqueles que todo vigor foi retirado e, agora, não são de interesse do governo (e, infelizmente, muitas vezes esquecidos pelos “da ativa”).
A rotina policial é rude, exige muito do corpo, da mente e do espírito, é arriscada e, com uma constância mais que incômoda, cobra seu preço, em sangue, daqueles que juraram servir e proteger a sociedade. Viver e morrer para que outras pessoas possam receber ajuda quando mais precisam. Viver e morrer para que a sociedade tenha segurança. Para que a barbárie não tome o lugar da vida civilizada em sociedade.
Chama a atenção que, além do descaso de “atores” políticos (realmente atores, pois somente interpretam um papel), que além de ignorarem totalmente a rotina do policial (mas fazem questão de tomar para si o resultado do trabalho alheio, divulgando índices de sucesso), que além de todo o divulgado (suicídios, baixas em combate ou em decorrência do trabalho, baixíssimos soldos etc.), ainda assim existe, desgraçadamente, uma figura. Figura pouco conhecida externamente, pois faz questão absoluta de permanecer escondida, longe de qualquer coisa que possa lhe parecer um incômodo, que possa lhe causar algum trabalho ou mesmo atrapalhar a carreira: os “nossos”. Aliás, para ser específico, alguns poucos “dos nossos”. Aqueles que se escondem em gabinetes, tendo uma rotina segura (no sentido pejorativo do termo, verdadeiros funcionários públicos), não compreendem o que passam aqueles que realmente estão na linha de frente, mas fazem questão de atrapalhar de sobremaneira os policiais de verdade. Alguns dos “nossos” desejam promoções. Outros, talvez algum cargo quando forem para reserva. Outros? Somente atrapalham por desejar incomodar quem faz o que deve ser feito.
Tive o orgulho de ser convidado para redigir o prefácio de um livro, o “Prazer em Conhecer: Departamento PM Vítima – A Equipe de Caçadores de Assassinos de Policiais”. Não somente redigi o prefácio: dei um exemplar de presente ao Presidente da República (com uma Challenge Coin da equipe) e conversei a respeito da rotina do policial paulista. Presenteei nossa simpática Ministra Damares Alves com um exemplar, também, e conversei sobre o tema (inclusive a respeito dos mais de 7.000 mil policiais militares paulistas que tornaram-se deficientes físicos, servindo a sociedade). A ministra disse, com toda gratidão, ser uma honra ter recebido o exemplar. Quando estava na Comunidade de Heliópolis, acompanhando as buscas do corpo do Soldado Patrocínio, conversei com os agentes PM Vítima (aqueles que eu havia visitado meses atrás e que me haviam presenteado com a Challenge Coin da equipe). São profissionais que vivem para dar respostas às viúvas, órfãos de policiais e aos irmãos de farda de um policial tombado.
Surpresa! O Departamento PM Vítima não existe mais! Os “nossos” simplesmente o transformaram em uma Divisão, subordinada ao mesmo chefe das equipes disciplinares da Corregedoria, tornando a vida desses agentes mais burocrática, com menos apoio e mais difícil. Mas…e as viúvas e os órfãos? Os casos que a equipe fazia questão de jamais arquivar (sei que prenderam homicidas anos depois)? Para os “nossos” isso é irrelevante. Muitos dos nossos nunca saíram detrás das mesas. A importância é outra para eles. Tanto que a administração da Corregedoria permanece com o mesmo status, tão como o Departamento que cuida de processos. Mas o que atua com vitimização policial é aquele que foi visto como “menos essencial” e extinto. Redigi o prefácio de um livro sobre, e … foi extinto o Departamento onde possuo vários amigos. Loucura? Inconseqüência? Medo? Ou somente mais alguns dos “nossos” gestores que estão cumprindo ordens do governo, aguardam alguma promoção ou somente querem nivelar todos pela própria existência como disse, o “funcionário público”, no sentido pejorativo?
O serviço administrativo (interno) e os processos disciplinares são mais importantes que vidas ameaçadas ou vidas ceifadas de policiais? Na contramão do que pensam todas as polícias do Brasil e da atenção que chama o tema “vitimização policial” hoje, a resposta é … SIM! Para alguns dos “nossos”, sim.
Faço minhas as palavras que estão no livro (afinal, também é meu): “o problema será quando algumas pessoas indispensáveis (os policiais operacionais) considerarem que não vale mais a pena ter cicatrizes. Desejem atuar única e exclusivamente longe da atividade-fim, tendo horário regrado e sem colocar a integridade em risco, ganhando exatamente o mesmo soldo… como já ouvimos … todos são importantes, desde que cumpram com sua missão a contento. Alguns, porém, são indispensáveis. São os que voluntariamente, todos os dias saem para atuar, correndo o risco de não voltar”.
Se o crime organizado prosperou em São Paulo, foi por inércia de um governo inepto.
Não precisamos de mais inimigos: além dos criminosos, de um governo que finge que o ser humano policial não existe, ainda assim temos aqueles poucos dos “nossos” que, além de não combaterem, atrapalham os que desejam não somente trabalhar, mas dar resposta às viúvas e órfãos dos tombados?
De minha parte, da mesma forma que em outras ocasiões, tomarei providências. Se alguns optam por inércia, com absoluta certeza não é o meu caso.
Não podemos abandonar quem se coloca na linha de frente do combate ao mal. Jamais. Esses sim são indispensáveis. Como é essencial lembrar da condição humana de todos os policiais, daqueles que tombaram, das suas viúvas e seus órfãos.
O que é público, se destrói para em época de eleição, obterem votos dos desesperados. E como sempre, as polícias são plataformas para governos MAU-CARÁTER!
O toma lá, dá cá, entre governo medíocre com seus “comandantes”, donos de empresas de segurança, que veem somente o seu. E gera a desgraça na Segurança Pública, onde vai abalar o alicerce da Segurança Pública, que é o ator “MAIOR”: – OS NOSSOS POLICIAIS.
Desestruturando seu psicológico, assediando, humilhando e castigando e o levanto ao desespero (suicídio).
E já começa, quando o policial, que é honesto e correto, quer aplicar tudo que aprendeu na escola Militar, de bom…mas, para o “sistema”, não é bem assim…. Aí o ator “MAIOR DA PM” O “POLICIAL”, já adoece. Pois percebe que é uma peça-chave no sistema, para ser apenas usado, e a mando do desgoverno e interesses além da nossa imaginação, de cidadã.
O que é público, se destrói para em época de eleição, obterem votos dos desesperados. E como sempre, as polícias são plataformas para governos MAU-CARÁTER!
O toma lá, dá cá, entre governo medíocre com seus “comandantes”, donos de empresas de segurança, que veem somente o seu. E gera a desgraça na Segurança Pública, onde vai abalar o alicerce da Segurança Pública, que é o ator “MAIOR”: – OS NOSSOS POLICIAIS.
Desestruturando seu psicológico, assediando, humilhando e castigando e o levanto ao desespero (suicídio).
E já começa, quando o policial, que é honesto e correto, quer aplicar tudo que aprendeu na escola Militar, de bom…mas, para o “sistema”, não é bem assim…. Aí o ator “MAIOR DA PM” O “POLICIAL”, já adoece. Pois percebe que é uma peça-chave no sistema, para ser apenas usado, e a mando do desgoverno e interesses além da nossa imaginação, de cidadã.