Rachel Sheherazade, jornalista do SBT, em sua metamorfose frenética sob nova orientação político-ideológica, resolveu desancar os agentes de segurança penitenciária. Confira:
Dirijo-me então à digníssima comunicadora, buscando colocar luz sobre as sandices perpetradas com aparente lucidez.
Respondendo à sua colocação, entendemos, sim. Entendemos o ataque que você desferiu a uma categoria profissional, sem nenhuma espécie de filtro.
Pelo seu olhar, TODOS os agentes penitenciários são igualmente bandidos. TODOS coniventes com o crime, TODOS partícipes.
Talvez seja bom preparar-se para uma chuva de ações por danos morais, que pode estar por vir.
Sigamos, pois.
Há pouco tempo, você lançava a campanha “Adote um Bandido”, quando, nas entrelinhas, apoiava o linchamento de um criminoso amarrado a um poste, ou seja, a justiça tomada nas mãos. Agora se compadece de membros de quadrilhas rivais que se matam, valendo-se da decapitação, inclusive.
Lembra-se de suas palavras há cinco anos, Rachel? Eu me lembro:
“… a atitude dos vingadores é até compreensível. O Estado é omisso; a Polícia, desmoralizada; a Justiça é falha. O que é que resta ao cidadão de bem, que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite. E aos defensores dos direitos humanos que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste eu lanço uma companha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido!” (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=p_F9NwIx66Y)
Quanta mudança, hein!
Eu também entendo que as condições nos presídios não são adequadas, aliás, são péssimas. É perda de tempo esperar regeneração de detentos em tais circunstâncias. Para que isso ocorra, muita coisa precisa mudar, começando pela Lei de Execução Penal.
Diferentemente de você, entretanto, não culpo os profissionais que lá se encontram, chamando-os de bandidos também. Eles já são estigmatizados demais, trabalham de modo desumano, convivem com ameaças e numa atividade que, acredite, poucos encarariam.
Portanto, deixo aqui meu apoio a esses trabalhadores surrados pela rotina massacrante e agora atacados por formadores de opinião.
E receba meu repúdio, nobre jornalista, a quem já admirei pela coragem e pela coerência, há muito perdidas!