Nas “moedas” (Challenge Coin) das forças policiais norte americanas é normal uma presença: São Miguel Arcanjo, padroeiro dos policiais dos Estados Unidos da América. Com ele, a característica de sempre estar com uma espada, símbolo que entre outros, possui o significado de justiça, de jamais fugir da luta pelo bem, da hombridade, assim como de tantos outros valores positivos. É um símbolo de HONRA.
Este poderoso símbolo é entregue, em momento de muita emoção, aos que formam-se nas Academias das Forças Armadas e das Polícias Militares. É um momento de muito importância. Se fazem presentes, conforme a “liturgia” que o cargo possui, normalmente o Presidente da República (no caso das Forças Armadas) ou o Governador do Estado (quando a formatura é de Oficiais PM ou de Oficiais dos Corpos de Bombeiros Militares). O momento é solene pelo compromisso que aqueles jovens assumiram. O sacrifício que não é somente o do estudo e de anos de preparação. Muitos, daqueles que se formam nos pátios das Academias como o da Academia de Polícia Militar do Barro Branco acabam, devido ao juramento feito,por repousar eternamente no Mausoléu da Polícia Militar. São raras as turmas de Oficiais PM que não terão, no decorrer da jornada, colegas que partirão para a eternidade, cumprindo seu dever. Pouco tempo após minha formatura, por exemplo, isso ocorreu.
Se o ingresso nessas Academias é dificílimo tão como é a rotina imposta por anos, mais ainda é a carreira que se segue. Por vezes é solitária, cobra um preço alto e para uma imensa maioria (daqueles que não a seguem) é incompreendida. A espada possui um peso e um valor alto por isso.
No dia 24 de maio de 2021 tive o prazer de, com minha esposa, entregar a espada de Oficial PM ao meu filho.
Misto de sentimento de orgulho, felicidade, amor, de ver meu filho trilhando sua própria história. De preocupação também, como pai, pois sei dos riscos que ele irá correr e do peso que recairá muitas vezes sobre seus ombros. Peso que poucos desejam (ou sequer sonham) suportar. De como muitas vezes estará sozinho como comandante. Da serenidade, sabedoria e atitude que lhes serão exigidas. De que muitas e muitas vezes estará em silêncio (quando sua cabeça estará “a mil” para poder decidir o que fazer) enquanto muitos o olham.
Não, não é uma carreira ou uma posição fácil.
Na formatura, além do orgulho dos familiares e das lágrimas de alegria, da intensa emoção, notei uma ausência. Uma ausência que significa DESRESPEITO. Significa desprezo. Significa que o ausente NÃO É DIGNO de se fazer presente, até por não compreender o valor daquele momento. É indigno por não entender que alguns daqueles que hoje se formam, no decorrer dos próximos anos, partirão para junto da Luz de Deus justamente por defenderem o juramento que estão hoje fazendo.
Indignos não são bem-vindos em locais onde se celebra e exalta a virtude, onde se fortalecem valores (valores estes que são de pleno desconhecimento dos tais indignos).
Indignos por vezes ocupam altos cargos, principalmente no Poder Executivo. São eleitos por aqueles que enganou, proferindo promessas que não podem cumprir, exibindo virtudes que nunca possuíram e uma “história” que mais parece ter sido produzida por uma agência de publicidade do que a realmente escrita por seus verdadeiros atos. Mera construção de um dos milionários marqueteiros que trabalham para políticos. Por isso em São Paulo o Poder Executivo não se importa em retirar dinheiro da Segurança ou da Saúde Pública para aumentar as verbas da publicidade.
Ao meu filho e aos demais irmãos dele que hoje se formam: PARABÉNS! Que jamais esmoreçam.
Hoje o governador não compareceu na formatura dos Oficiais da Polícia Militar. Fato raro em qualquer lugar onde homens públicos, sérios e dignos, entendem o valor deste momento. Normal para um indigno que jamais, como seus antecessores de índole e valor, foi ao funeral de um policial ou bombeiro, um “funcionário” dele que pereceu no cumprimento do dever. Algo que seria uma aberração (uma autoridade não comparecer neste momento, ainda mais sendo o “chefe” daquele que tombou) em qualquer lugar, é normal no Estado de São Paulo. Não deixa de ser razoável: é indigno qualquer político tucano para comparecer tanto na formatura como no sepultamento de um policial. Fere a honra daqueles que possuem condições morais de se fazerem presentes.
Talvez o “cargo” governador tenha recebido a mais alta condecoração da Polícia Militar nos últimos dias, a Medalha Brigadeiro Tobias. O cargo indignamente ocupado hoje recebeu essa comenda. Não a pessoa.
O indigno ocupante do cargo de governador, que fez questão de alardear a medalha que recebeu, não compareceu hoje na formatura da Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Nem o “seu” Secretário de Segurança Pública.
Entendam, jovens oficiais, muitos são indignos para compreender o que vocês aprenderam e como deverão viver. O cargo que temporariamente alguns políticos ocupam, eventualmente (apesar de não compreendermos muitas vezes o motivo) são condecorados. Não a pessoa, o cargo.
Hoje o brilho foi de todos os formados, seus familiares e de seus amigos. Nada e ninguém ofuscou esse momento. Nenhum indigno se fez presente.
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