Ao ver o quão grotesco é o “espetáculo” da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Covid 19, normalmente a associamos a um circo e aos palhaços. É um erro. É um desrespeito enorme com os atores circenses de verdade.
Os palhaços da vida real são trabalhadores do entretenimento e são dignos. São pessoas que conseguem transmitir sentimentos, trazem alegria, silenciam famílias que ficam impressionadas com as performances que conseguem atrair nossa total atenção. Quem nunca sorriu com a atuação de um palhaço de verdade ou não ficava emocionado quando ele fingia chorar? Já os “parlamentares”, que parecem ter sido escolhidos pela vasta ficha de denúncias que possuem, não são palhaços. Nos fazem sentir nojo, portanto… não são palhaços.
O sentimento que temos ao vê-los é o desprezo. Um grupo de pessoas que em qualquer nação sem foro privilegiado estaria ou presa ou, no mínimo, longe da vida pública. Silenciam as famílias pela hipocrisia que transmitem, não somente pelos “atos” (que não são um espetáculo na acepção da palavra) cheios de raiva e mentira, mas silenciam principalmente pela própria existência nociva e inútil. Sintetizam o mal, não a pureza de um espetáculo circense.
Desviar dinheiro público da saúde, ter parentes presos por desvios de verba, possuir diversos e diversos processos não é um entretenimento. Não é palhaçada. É prática criminosa. Somente causa silêncio e surpresa de quem assiste a CPI e como é que tais “atores” políticos se encontram ainda na vida pública! Não, não são como mágicos de circo, que a todos surpreendem com seus truques. O truque desses “políticos” é perpetuarem-se no poder, não sem surpresa enriquecendo.
Se há algo mágico nisso, somente é como conseguem, sem peso qualquer na consciência, sumir com dinheiro público, tirando de onde deveria estar (principalmente dos hospitais ao qual buscam socorro os que mais necessitam). Um mágico de verdade não precisa falar: sua performance, normalmente, ocorre fazendo surgir ou desaparecer algo. Os políticos da CPI somente fizeram desaparecer a própria vergonha na cara e fizeram surgir nosso asco por eles.
“Respeitável Público!”
Com toda reverência, em um circo, se fazia anunciar que começaria o espetáculo. Era assim que se exigia, de forma respeitosa, a atenção das famílias que pagaram o ingresso. Na CPI não. Ah, não há nada de respeitável em quem dela participa, de presidente a relator, da forma que tratam quem lá vai depor (não importa se médica, General, qualquer um) e aí, surge uma dúvida, tal qual temos quando vemos um verdadeiro mágico: “- Como ele conseguiu fazer isso?”. Como é que se juntam, tantas pessoas de conduta e caráter duvidoso, para pensar em avaliar qualquer coisa de alguém? Ainda mais!
É um desrespeito ao público pagante, o cidadão brasileiro que arca com tantos impostos, para ver o destino de seu tão suado dinheiro: para pagar o salário, vantagens, vaidades etc. etc. daqueles “atores”. Os senadores da CPI.
Mas ainda resta uma dúvida. Não de como atua um palhaço, mas principalmente de truques de magia: como é que conseguiram convencer qualquer eleitor a votarem neles? Como é que uma pessoa como o relator da CPI, mesmo sendo alvo de tantos processos, tantas denúncias, de ser visto por praticamente todos como um peso morto regiamente pago, consegue estar no Senado? E o principal: não por um, mas por quatro mandatos. Qual o truque dele?
Desta forma, envergonhado como a maioria dos brasileiros honestos, só me resta pedir duas coisas. A primeira vai para o eleitor: por favor, ao ver essa “performance” de pessoas que não possuem nada de ilibado, por favor, façam sua parte não as elegendo mais. Que os políticos vistos na CPI sejam tão somente parte da história do passado pitoresco do Brasil.
Do nível baixíssimo de representantes políticos que um dia tivemos e que sirvam de alerta para as gerações futuras. A segunda: peço perdão aos atores circenses e aos palhaços. A profissão de vocês é mágica, é linda, atrai famílias, nos faz sonhar, exige muita e muita sensibilidade, dedicação e prática.
Palhaços e atores de circo são pessoas dignas. Jamais poderiam ser integrantes de uma CPI. Desculpe se por algum momento associaram o nome de tão linda profissão com a conduta de alguns políticos eleitos.
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