MEUS HERÓIS NÃO MORRERAM DE OVERDOSE
A história da humanidade é repleta de crises. E nas crises despontam aqueles que, no meio de tantos a serem ajudados, mesmo sabendo que correm os mesmos riscos, se prontificam a estender a mão ao semelhante.
Todas as profissões são importantes. Nenhuma vida tem valor maior que outra. Mas, os momentos de crise fazem com que aqueles com aptidão a servir despontem entre muitos.
Sim, abraçaram VOLUNTARIAMENTE a profissão de enfermeiros, médicos, policiais, bombeiros, militares etc. Sim, também sabiam dos riscos. Sabiam que, se iriam ter uma vida dedicada a auxiliar outras vidas, que também em muitos momentos seriam mais exigidos que os demais. Muito mais exigidos. Sabiam que em crises, como epidemias, guerras ou momentos extremos iriam se expor às mesmas necessidades, aos mesmos riscos porém com uma diferença enorme: enquanto muitos se protegem, outros poucos saem e permanecem para ajudar. Mesmo que ao estender a mão, passem a se tornar outra vítima.
São heróis anônimos. Mais ainda porque não foram as circunstâncias ou a crise que “os criaram”. Esses heróis e heroínas já existiam. Já eram voluntários e já conheciam os riscos.
Eles não morreram de overdose. Meus heróis muitas vezes morreram combatendo incêndios, em missões policiais, ajudando em catástrofes ou se expondo em momento de epidemias.
Há pouco tempo, muitos se esqueceram deles, de como são importantes, de como merecem reconhecimento. Vejo parlamentares que os esqueceram completamente, por exemplo, na reforma da previdência na Assembléia Legislativa. Dias depois, passaram a elogiar esses heróis e heroínas.