Tolerância seletiva
Dimas Mecca Sampaio – Deputado Estadual,
Policial Militar e, com orgulho, policial DE ROTA
A Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA) completaram 50 anos de existência. É uma unidade respeitada. TEMIDA até, principalmente por quem envereda pelos caminhos do mal. Temida por aqueles que, utilizando-se da força, da VIOLÊNCIA, cometem crimes e tentam impor sua vontade contra a sociedade ou, mesmo, de forma singela e medíocre, atentam contra os direitos básicos de um cidadão, retirando a força o patrimônio adquirido com árduo trabalho, mesmo que para isso, o criminoso ceife a vida de um pai de família.
A ROTA nasceu justamente quando poucos tentavam impor sua vontade sobre muitos. Sobre toda sociedade. Quando a tranquilidade foi quebrada por roubos a estabelecimentos bancários, quando outros policiais eram assassinados, quando bombas explodiam e uma ideologia era imposta a força. Muitos dos nossos tombaram nessa luta.
O Capitão PM Alberto Mendes Junior, por exemplo, foi executado nas matas do Vale do Ribeira, a golpes de coronha dos fuzis de terroristas.
A ROTA continuou e vai continuar a existir. Enquanto houver qualquer pessoa ou grupo que ouse atentar contra a integridade de qualquer cidadão paulista.
Com a atual democracia e conseqüente pluralidade de pensamentos e convicções, alguns poucos, restritos a um mundo obtuso, ainda desinformam e somente enxergam a própria verdade. Ávidos para expor o que sentem, pensam e desejam a altos gritos, em detrimento de OUVIR o que pensam e desejam os demais.
Para essa minoria a DEMOCRACIA e VERDADE são seletivas. Somente é democrático o que pensam (todos os demais estarão sempre errados “pois possuem uma visão restrita do mundo”).
A tolerância é necessária! Mas alguns somente “celebram a tolerância” e a consideram válida caso seja aplicada somente ao que defendem. Aos demais não (é normal, infelizmente, constatarmos isso com a desagradável leitura de textos com viés ideológico contrário ao do atual período que vive a sociedade).
Aliás, segundo alguns, os terroristas que assassinaram o Cap PM Alberto Mendes Junior eram heróis! Mereciam até um filme! Somente esquecem-se de mencionar que quase todo grupo terrorista do mundo, assim como as facções do crime organizado, fazem uso do manual de guerrilha utilizado por esses “heróis” até hoje. Até o termo ROUBO foi substituído por “expropriar”. É a tolerância seletiva.
Também são poucos aqueles que todas as manhas saem de suas casas, sem ter a certeza de retornarem vivos. São os policiais. Mesmo que seja para defender a vida do “tolerante seletivo”, o policial colocará a sua em risco.
E quando esses policiais receberem um chamado para atenderem uma ocorrência extremamente complexa, como por exemplo, a que envolve deter uma quadrilha armada com equipamentos de guerra, necessitarão de apoio. Esse apoio é a ROTA. E que essa quadrilha TEMA a ROTA. Tema muito.
A ROTA não irá para onde a quadrilha se encontra para discutir ideologia ou para divagar em idéias. Irá IMPOR o que a lei determina. Irá fazer com que responda na justiça, qualquer um cujo ato ouse afrontar a sociedade.
Caso desejem ENFRENTAR os agentes aplicadores da lei, a ação da ROTA será uma conseqüência (que também será apurada nos rigores da lei). Foi assim nesses últimos 50 anos. Que nos próximos 50, a ROTA continue a existir. Apoiando a existência da democracia, protegendo a sociedade e, mesmo, os que apresentam tolerância seletiva.
Vivemos e, se preciso for, damos nossa vida na defesa da vida alheia. Sem qualquer seletividade.