Democracia em chamas
Eu gostaria de ver o mundo conforme pintado na narrativa progressista, gostaria de acreditar em coincidências ocasionais, e não no que meus olhos veem.
Vamos a algumas “coincidências” que espocam na mídia.
Amazônia em chamas, o maior número de queimadas desde a chegada do homem branco ao continente. O mundo em alerta com o descaso de autoridades no controle do meio ambiente.
Sínodo da Amazônia, o Vaticano mergulhado nas questões da floresta, o grito contra o flagelo aos povos indígenas, o pedido de socorro da Mãe Terra… Sob a liderança do cardeal marxista Dom Cláudio Hummes, o encontro discute o processo de inculturação da fé, a absorção de culturas amazônicas. Ou seja, a Igreja outrora responsável pela conversão do gentio hoje se curva à pajelança. Em troca de quê?
No Nordeste uma misteriosa mancha de óleo, cuja origem ainda não é atestada (suspeitas recaem sobre a Venezuela), invade as praias e coloca o Brasil novamente no noticiário internacional como um país assolado por desastres ambientais.
Nem precisamos lembrar os manifestos patéticos de artistas engajados daqui e de fora ou daquela pobre garotinha sueca que teve seus sonhos roubados.
Resumidamente, o Brasil está acabando com a biodiversidade em nome do progresso e de ideologias obscurantistas…
Paralelamente, vemos surgir um movimento “espontâneo” de insatisfação do povo chileno com seu governo. Diante do anúncio de aumento de centavos nas passagens, uma grande convulsão se formou (já vimos isso por aqui) e veio à tona uma manifestação gigantesca e violenta contra uma dita desigualdade social. Estamos falando de um país com crescimento previsto de 2,5% em 2019, maior renda per capita da região, inflação de 2%. De um país que, em 25 anos, diminuiu a pobreza de 68% para 11,7% e aumentou o acesso à universidade de 20,3% para 54,9%.
Obviamente são só coincidências que estão acontecendo, certo?
Bem, no último dia 19, durante o 1º Congresso Internacional de “Las Comunas”, o ditador venezuelano Nicolás Maduro dizia: “O Foro de São Paulo está bem em toda a América Latina, no Caribe e no resto do mundo, com os movimentos sociais”, referindo-se aos levantes esquerdistas que hoje vemos pelo mundo.
A revista panfletária petista chamada Carta Capital, em sua última edição, estampa um marginal mascarado em Santiago (CHI) com a manchete “O POVO NAS RUAS, MENOS NO BRASIL”. E acrescenta: “cansados de pagar a crise e de não ter voz, milhares protestam no Chile, Honduras, Líbano, Catalunha, Reino Unido…” Curiosamente, esqueceram-se de mencionar Venezuela e França, por exemplo. Por que será?
No domingo que passou, o Presidente eleito na Argentina, em seu primeiro discurso, ao lado de sua vice (réu em 12 processos), entoa um Lula Livre, deixando claro de que lado está e quais seus valores morais ao defender o mais famoso bandido brasileiro.
E então é importante lembrarmos algumas considerações recentes vindas do PT ou de seus representantes.
Em 2016, durante reunião do Diretório Nacional do partido em Brasília, foi divulgada a RESOLUÇÃO SOBRE CONJUNTURA. Em determinado trecho, trazia lá o documento:
“Fomos igualmente descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que implicaria impedir a sabotagem conservadora nas estruturas de mando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal; modificar os currículos das academias militares; promover oficiais com compromisso democrático e nacionalista; fortalecer a ala mais avançada do Itamaraty e redimensionar sensivelmente a distribuição de verbas publicitárias para os monopólios da informação.”
Em 28/09/2018, o jornal El País publicou entrevista com o ex-ministro José Dirceu. O presidiário foi categórico:
“… E dentro do país é uma questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição.”
E para ficar por aqui com as declarações incendiárias, lembremos este tuíte de Humberto Costa, senador petista do suposto milhãozinho da PETROBRAS:
“A paciência do povo com a direita ultraliberal, fascista e entreguista está acabando em diversos lugares do mundo. @jairbolsonaro está com os dias contados. É questão de tempo. A hora do Brasil vai chegar. Anotem aí.”
Nos últimos anos, muito se falou em onda de direita, avanço do totalitarismo, ameaça do conservadorismo. E de fato a esquerda perdeu muito espaço, por uma questão muito simples: à medida que ocupa o poder, é obrigada a mostrar sua cara, seus métodos, e a conta dessa aventura sempre chega. O pior é que esse pessoal tem um péssimo hábito: não gosta de largar o osso. Para recuperá-lo, vale tudo!
Se falarmos em concerto de grupos internacionais visando à desestabilização de democracias com viés de direita, em movimentação de grupos terroristas, em Foro de São Paulo, certamente ouviremos que somos malucos, que damos atenção a teorias da conspiração, afinal o comunismo acabou com a queda do Muro de Berlim.
Pois é, calar os adversários desqualificando-os ou a seus argumentos sempre foi técnica de retórica esquerdista. Quem não conhece a teoria da Espiral do Silêncio deveria pesquisar a respeito.
Quanto a você, que ora se dedica a este escrito, deixo-lhe a questão, depois do pouco mencionado acima: será tudo uma grande coincidência, será uma fantasia de reacionários ou um grande amontoado de evidências de que devemos acordar e nos postar alertas?